Lembram do disquete? Aposto que Steve Jobs lembra. Também aposto que ele lembra de quando o matou.
Foi em 1998, para ser preciso, e a arma do crime foi o novo iMac, um computador que não tinha o leitor de disquete que era padrão nos computadores da época.
No mês passado, Jobs assinou a sentença de morte para outra peça de tecnologia: os discos ópticos como DVDs e CDs.
Para essa execução, sua arma escolhida foi o novo MacBook Air, com uma ajuda extra da loja do iTunes, é claro.
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Durante o anúncio da nova linha MacBook Air, Jobs disse que esses computadores eram laptops da próxima geração. Isso foi reiterado nos comerciais dos computadores, em que uma narração em off os chama de “a próxima geração de Macbooks”.
Em outras palavras, não esperem um slot de DVD em seu próximo laptop Mac, ou em seu próximo computador desktop, aliás.
A Apple espera substituir esses discos por um iCloud branco felpudo em que software, vídeo e seu próprio conteúdo pessoal esvoaçam em torno no ar como gaivotas felizes numa praia.
A Apple tem muita coisa em jogo com sua iniciativa rumo a essa nova era de computação.
O desastroso lançamento do MobileMe, que oferece armazenamento online e sincronização entre dispositivos, foi um dos maiores fiascos da empresa nos últimos anos. Embora o serviço funcione relativamente bem agora, ele ainda é muito caro, ao preço de US$ 100 por ano, e o software de armazenamento iDisk é muito mais lento que produtos de
terceiros como ZumoCast e Box.net.
Para aumentar a pressão, a Apple também está enfrentando o Google, uma companhia que cresceu basicamente na computação em nuvem e construiu alguns serviços bem-sucedidos para esta nova era de software.
Nada disso é novo para Steve Jobs. Na semana passada, um relatório observou que o centro de processamento de dados de 500 mil metros quadrados e US$ 1 bilhão em que a companhia vem trabalhando há anos está ficando pronto para entrar em operação. E Peter Oppenheimer, diretor financeiro da Apple, disse recentemente que o centro de
processamento de dados abriria “a qualquer momento”.
Quando o centro na Carolina do Norte estiver pronto, as pessoas podem esperar todo tipo de serviço baseado em nuvem em seus computadores Mac.
Fotos e música poderiam começar a fluir entre computadores sem a necessidade de fios incômodos, e pode-se até imaginar um tempo em que o sistema operacional de seu computador não é simplesmente um desktop, mas um “cloudtop”, onde todo tipo de arquivo salvo em sua máquina é automaticamente emitido para o espaço virtual, tornando-se acessível em iPads, iPhones e outros dispositivos Apple.
Mas a companhia ainda não está com pressa de mudar cada um e todos para a computação em nuvem. A Apple quer fazer a coisa certa desta vez, e os consumidores provavelmente verão essas mudanças ocorrerem lentamente.
Uma coisa é certa, porém: preparem-se para guardar todos os velhos DVDs e CDs numa caixa junto com seus VHS e disquetes.
► Tradução de Celso M. Paciornik
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