domingo, 20 de março de 2011

• Homem não dança!

Dentre as inúmeras mentiras sociais, a dança protagonizada por homens é uma das mais populares, insidiosas, patéticas e humilhantes. Tal qual as campanhas publicitárias, programas de governos para erradicar a fome e a utilidade das revistas sobre celebridades, a falácia de que os homens gostam de dançar espontaneamente esconde mais significados obscuros e neuroses coletivas do que se possa imaginar. Mas, hoje em dia, na sociedade dita moderna, as mulheres - sempre elas... - resolveram exercer uma pressão enorme para que o gênero oposto faça o mesmo que elas fazem, sem que elas expliquem muito o porquê. Ou seja, ficar se contorcendo constrangedoramente de um lado para o outro ao som de uma música babaca qualquer.

A verdade é que homem não dança. Não é da sua natureza. Ele tem outras prioridades como, por exemplo, beber água, sexo, ganhar do rival, sexo, cagar no mato, sexo, etc. E também sexo. As mulheres deveriam ter outras prioridades também como emagrecer e chorar menos, mas, entre elas, essa atividade coreográfica bastante questionável é idolatrada e vendida como a coisa mais importante do mundo. Homem nenhum vê sentido nisso. Prefere fumar um cigarro qualquer ou dormir no sofá de bermuda, sem cueca, e com uma das bolas pendurada pra fora. Homem não dança e todo mundo sabe disso. Bem, quase todo mundo...

Há provas e mais provas de cunho antropológico que homem não dança de verdade. Entretanto, em todas as culturas primitivas, temos a dança e na maioria desses casos, há homens liderando o processo. Antropólogos e outras espécies de vagabundos se comprazem com esses rituais esdrúxulos, enxergando neles inúmeros e importantes significados ocultos onde há somente, por exemplo, micoses em lugares difíceis de coçar. E o que nós, hoje, filhos da luz elétrica e da penicilina, achamos que são homens dançando por prazer e diversão, na verdade, são seriíssimas e enfáticas manifestações de intuito comunicativo com o Além. Sim, amigos, na verdade, são pedidos desesperados para entidades invisíveis para que mandem uma mísera chuvinha após 20 anos de seca inclemente ou apenas um agradecimento sincero pelo simpático fato de a tribo rival ter deixado somente cinco membros meio vivos no último massacre. Então, os caras apelam para chamar atenção de seus deuses, apresentando um monte de trejeitos corporais extremamente dramáticos, ridículos e comprometedores, correndo de um lado para o outro, sacudindo os braços para cima, desesperados, batucando e gritando alguma ladainha ininteligível, aquela papagaiada toda. Não é dança coisa nenhuma. É histeria mesmo.

Mas foi nas sociedades atuais onde a dança revelou de modo pleno seu verdadeiro significado: o de total inutilidade. Entretanto, as representantes do sexo feminino resolveram mascarar tal fato conferindo ao bailado o status de atividade fundamental para a civilização e mais ainda: resolveram infligir essa palhaçada aos pobres homens!

As mulheres insistem em que seus opostos em gênero devem dançar e isso, na verdade, é uma merda. Elas não sabem, mas homem nenhum dança porque tem vontade. Os que dançam o fazem por motivos rasteiros e inconfessáveis ou então porque não passam de debilóides mesmo. São aqueles pregos que querem parecer uns caras legais, compreensivos e "evoluídos" para as garotas. Eles observam e mimetizam comportamentos que as mulheres endossam, tal qual calangos microcéfalos, só para obter, via de regra, ganho sexual. E a dança é um desses comportamentos. Eles estão lá unicamente para rapinar as mulheres que, inocentemente, acham que homem adora dançar! E elas, coitadinhas, não poderiam estar mais equivocadas... Os sujeitos que se propõe a dançar, na verdade, são do tipo que depois que conseguem inserir um certo apêndice corporal sem osso em várias reentrâncias da jovem tolinha, não estão mais aí se as boites da região vão virar casas de bingo ou se o Grupo Corpo não vai passar mais pela cidade deles.

Muitos desses picaretas irão jurar de patas juntas que gostam mesmo de dançar por uma razão muito simples: essa mentira funciona mesmo para as mulheres. E como funciona! Elas precisam acreditar que o cara está adorando estar ali balançando a cabeça e a bunda, sorrindo, parecendo um idiota, do que jogando futebol e gritando palavrão com os amigos.

Ah, como é óbvia essa farsa! Se elas vissem a verdade não iriam vibrar tanto ao som de "I Feel Good" do James Brown, sem dúvida, a música mais tocada nos últimos 200 anos nas pistas de dança brasileiras ou de "Mr. Jones", do Counting Crows, sem dúvida, a música mais escrota tocada nos últimos 200 anos nas pistas de dança brasileiras.

Há todo um ritual para que esse teatro aconteça. Eles chegam na boite, compram uma cerveja long neck, daquelas da garrafa modernosa e ficam lá fingindo que estão gostando de fazer aquele papel ridículo. É tudo aparência. Aposto que ninguém nunca viu um cara desses abordar um grupo de gatinhas carregando uma garrafa normal de cerveja, de 600 ml sem rótulo, a famosa "long neck de bebum". Depois vão se aproximando lentamente, fingindo que estão dançando - o que é extremamente constrangedor - dão uma checada na rabiola da garota antes para ver se vale à pena aquele sacrifício coreográfico e depois ficam lá pulando levemente, rilhando os dentes, fazendo parecer que estão gostando de se expressar corporalmente ao som de... Madonna! Eles, na verdade, estão mandando uma mensagem não verbal pra as garotas: "Viu? Eu sou um cara legal! Não sou um machão! Estou aqui dançando com você, gatinha! Então, pode dar pra mim hoje mesmo, ok?" Pois é, nesses vagabundos, tudo aparência e nenhuma decência! Ah, em tempo: esse tipo de cara está pouco se fudendo pra maluca da Madonna!

A prova que homem não dança mesmo é que esse tipo de panaca não sai com os amiguinhos pra dançar por aí. Garotos de 14 anos não ligam uns para os outros pra irem dançar em grupo, ligam? "Alô, Marquinhos? É o Pedro. Aí, vamos sair dar uma dançada? Pô, acordei hoje com vontade de chacoalhar o esqueleto..." Eles ligam sim para marcar para fazer merda, tipo pichar paredes públicas, jogar ovo em travesti, dar porrada uns nos outros, etc. Não parece ser mesmo da essência masculina ficar balançando o corpo e soltar uns gritinhos agudos com os braços pra cima. Ou seja, homem não dança mesmo.

Outro dia, estava eu com velhos colegas de cátedra, conversando sobre assuntos importantes como o teorema de Fermat, o problema da dualidade matéria-energia e qual das Meninas Superpoderosas vai engravidar primeiro, quando uma aluna deles bem bonita (para não dizer boa para caralho!) veio a ter conosco. Depois de algum tempo de conversa sobre hábitos sociais, a moça se dirigiu a mim e perguntou: "Você dança? Respondi: "Não. Sou homem, minha filha!". Meus dois amigos, que há horas estavam tentando impressionar a pupila, viram na expressão de estranhamento dela uma oportunidade para angariar prestígio com a jovem e começaram a afirmar categoricamente que "amam dançar", que são "dançarinos habituès", que "a dança faz bem ao corpo e ao espírito" e outras cretinices do gênero. A garota adorou o lixo que ouviu e fez cara feia pra mim o resto da conversa, o que considerei justo pois fiquei satisfeito por ela achar que estava certa e eu errado. Como sabemos, a mais densa ignorância também pode funcionar como uma forma de felicidade rala. Quanto aos meus companheiros, soube depois, que essa mentira ridícula não se converteu em ganho sexual para ambos. Coincidentemente, a aluna foi reprovada nas matérias dos meus dois chapas "bailarinos".

O famoso balé clássico é a prova que só as mulheres dançam mesmo. É claro que também temos homens (ou pelo menos seres humanos portadores de aparelho reprodutor masculino) nesse meio. São expressivos, com olhares penetrantes, inquisidores, lânguidos, misteriosos, "pidões" até. Usam uma maquiagem carregada, malhas apertadas que deixam aparecer todo seu sistema circulatório e que grudam na bunda que nem um adesivo industrial. Possuem o andar saltitante que lembra o de uma gazela arisca na relva e... bem, como disse, o balé clássico é prova que só as mulheres dançam mesmo!

Existem homens que tem que dançar por força de ganho salarial e isso não põe em dúvida sua masculinidade. Põe em risco sua sanidade mental, isso sim! São relatadas inúmeras formas de desvio psicológico causadas por traumas de infância, dívidas com o demônio, carmas medievais e pauladas na cabeça que justificam a dança por homens e que, infelizmente, podem levar um bom funcionário público em potencial a optar pela expressão corporal. Triste, não? Fred Astaire era um gênio hiper-coordenado, sem dúvida, mas é óbvio que ele teria prestado melhor serviço à humanidade como dentista. Ou você vai dizer que ele não tinha a MAIOR cara de um? As mulheres se derretem ao ver aquele cara da dança celta com as mãos na cinturinha, sorrindo e dando uns saltos esquisitos pra cima e uns chutões com a perna reta igual a um cavalo adestrado. Nós, homens, só conseguimos achar engraçado pra caralho ou que ele esteja com um guarda-chuva aberto socado dentro do cu. E tome chute pra cima, né, Seu Baitôla? Como disse, sanidade 100% preservada!

Há tipos de dança onde os homens predominam, como, por exemplo, o sapateado. Essa técnica poderia muito bem ser classificada como uma forma de neurose severa, mas é ensinada em academias para jovens inocentes. Tudo bem que existiram sapateadores que levaram essa sandice à perfeição como Gregory Hines, Savion Glover e o espetacular Sammy Davis Jr., mas prefiro lembrar do tap dancing por meio daquela imagem clássica do imbecil batendo freneticamente os pezinhos a esmo no chão, com um chapéu de palhinha na cabeça, usando um paletó listrado e sacudindo uma bengala com as mãos pra cima e pra baixo e com o sorriso mais idiota do mundo na fuça! É até triste ver um ser humano em uma situação tão desesperadora e humilhante. Ah, isso sim é que é o sapateado pra mim... O despropósito inconseqüente e acéfalo em forma de dança! Mas se esse tipo de bailado não é praticado em boites e festas de casamento é porque os homens que dominam esse ofício não o levam tão a sério assim e não precisam impingir esse mambo-jambo inútil ao resto da população mundial. É mais um divertimento cretino, uma perversão, e não uma ação meticulosamente orquestrada para angariar prestígio com o sexo oposto. Ao contrário das mulheres que exigem que você saiba de cor a "dança do maxixe" só para ela achar você um cara bacana!

Temos também a dança em pares mistos, que as mulheres adoram. Mas forró, tango, lambada, dança de salão, etc. não passam de desculpas pra haver algum atrito entre a genitália de ambos os sexos. Cheek to cheek? Na verdade, seria muito mais para "Penis to clit". Depois da revolução sexual na década de 60 não se inventaram mais coreografias onde homem e mulher bailam colados. Por que? Porque isso era um pretexto para o casal ficar se sarrando e somente isso. Depois que as pessoas puderam copular sem tantos artifícios, só se dança separado. Existe dança tecno agarradinho? Se existir, é entre dois rapazolas e olhe lá e um deles vai estar de costas pro outro. O famoso menestrel Juca Chaves conta que em seus tempos de bailes "anos dourados", botava um drops em um bolso frontal da calça para que sua par logo o percebesse e se colocasse do lado oposto da "balinha", que era o lugar onde seu verdadeiro membro estava repousado. Coisa de gênio, sem dúvida.

As representantes do sexo feminino poderiam ser mais razoáveis e não exigir que os homens dançassem com elas. Se elas fazem tanto questão da presença masculina nesse ritual constrangedor e desnecessário, poderiam se exibir ritmicamente para os homens em festas, boites, casamentos, etc. e estes, sentados, aturariam essas performances coreográficas embaraçosas e assim satisfariam a obsessão sem sentido de suas esposas, namoradas e amigas. Ah, e se elas fossem tirando a roupa, seria melhor ainda! Puxa, é verdade, já existe esse tipo de "dança", né? As mulheres endossam também esse tipo de dança também ou não? Pô, mas é DANÇA, não é? Pensando bem essa é a única que nós homens achamos gostamos de participar de verdade, podem acreditar!

E você, dança?

Um comentário:

Geninha disse...

Não tive paciência pra ler todo o texto. Mas, homem dança sim. Só 'brucutu' não dança.

 

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