Na manhã de 28 de junho, a jornalista Márcia Pache tentou entrevistar no Centro Integrado de Segurança e Cidadania de Pontes e Lacerda, em Mato Grosso, o vereador Lourivaldo Rodrigues de Moraes, vulgo Kirrarinha. Candidato a deputado estadual pelo DEM e corrupto juramentado, Kirrarinha acabara de apresentar sua versão para mais um dos tantos casos de polícia que protagoniza. A repórter da TV Centro Oeste, vinculada ao SBT, queria saber o que havia alegado.
Só conseguiu pronunciar quatro palavras: “Vereador, o senhor fala…”. Antes que a pergunta fosse formulada, Kirrarinha interrompeu com uma bofetada no rosto de Márcia. Ninguém por perto defendeu a vítima da agressão absurda. Fora a própria repórter, ninguém pareceu perplexo com o tapa na cara da liberdade de imprensa e do Brasil decente.
As sucessivas manobras forjadas para silenciar o jornalismo independente vão ganhando adeptos em todos os partidos. Em todos existem delinquentes que sonham com a imprensa domesticada. Em todos existem devotos do arbítrio incapazes de praticar o convívio dos contrários ou tolerar divergências. Kirrarinha pode alegar que a bofetada foi a fórmula que escolheu para exercer o controle social da mídia.
► Vergonha.
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